Trump diz que EUA manterão tarifas de 10% mesmo após acordos comerciais
09/05/2025
(Foto: Reprodução) Segundo o republicano, poderá haver isenções em alguns casos, como quando países oferecerem condições comerciais 'significativas'. Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em 5 de maio de 2025.
Reuters/Leah Millis
O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (9) que os Estados Unidos manterão uma tarifa básica de 10% sobre produtos importados, mesmo após a assinatura de acordos comerciais.
"Sempre teremos uma tarifa básica de 10%", disse, ao declarar que novos acordos serão anunciados nas próximas semanas.
Segundo o republicano, poderá haver isenções em alguns casos, como quando países oferecerem condições comerciais "significativas".
O governo dos EUA abriu negociações com diversas nações desde a implementação das "tarifas recíprocas". No início de abril, Trump anunciou taxas de 10% a 50% sobre mais de 180 nações, e dias depois suspendeu a medida por três meses para abrir negociações.
O primeiro acordo foi anunciado nesta quinta-feira (8), com o Reino Unido. Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto a região concordou em reduzir de 5,1% para 1,8% as taxas sobre itens americanos. Além disso, topou fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
"Isso abre um mercado tremendo para nós", afirmou Trump a jornalistas na quinta-feira.
Em uma publicação nas redes sociais, Trump afirmou que o acordo deve criar uma zona de comércio de alumínio e aço e levar a uma "cadeia de suprimentos farmacêuticos segura".
Segundo o republicano, também irá aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação.
"Esse acordo mostra que, se você respeita os EUA e traz propostas sérias à mesa, os EUA estão abertos para negócios. Muito mais virão", disse o republicano na publicação.
EUA e China anunciam reunião na Suíça para tratar de tarifas
Tom mais ameno com a China
Trump afirmou nesta sexta-feira que tarifas de 80% sobre a importação de produtos da China "parecem corretas", em um sinal de recuo na recente guerra tarifária entre os países.
Ao longo das últimas semanas, os EUA anunciaram taxas de até 145% sobre produtos importados do gigante asiático. Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre itens americanos.
Ao contrário de outros países, cujo impacto do tarifaço foi limitado a taxas de 10% pelo prazo de 90 dias, as tarifas elevadas sobre a China permanecem em vigor.
O cenário, no entanto, pode mudar nos próximos dias. A mudança de tom do republicano ocorre justamente às vésperas de negociações presenciais entre os dois países, previstas para este sábado (10), em Genebra, na Suíça.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greere, vão se reunir com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, em conversas que podem representar o primeiro passo para um acerto nas disputas comerciais.