Milei diz que acusações de corrupção contra irmã são mentirosas e que vai processar ex-aliado
28/08/2025
(Foto: Reprodução) Presidente argentino, Javier Milei, e sua irmã Karina Milei.
Gustavo Garello/ AP Photo
O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que as acusações de corrupção contra a irmã dele, Karina Milei, são "mentirosas". A declaração, feita nesta quarta-feira (27), foi a primeira após as denúncias de corrupção envolvendo sua irmã Karina.
"Tudo o que ele diz é mentira, vamos levá-lo à Justiça e provar que mentiu", disse Milei ao canal argentino C5N, se referindo ao ex-aliado Diego Spagnuolo. Um áudio gravado por Spagnuolo, no qual acusa a irmã do presidente de corrupção, vazou para a imprensa e agora é investigado pela Justiça.
Milei deu a declaração antes de ser atacado por pedras e garrafas durante uma carreata na cidade de Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires. Ele precisou ser retirado às pressas do local.
Áudio vazado, denúncia de corrupção e esquema de propina: entenda acusações contra irmã de Milei
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No dia 22 de agosto, a Justiça realizou buscas como parte da investigação sobre um suposto esquema de propina que envolve funcionários de alto escalão do governo e a própria irmã do presidente, Karina Milei.
O escândalo começou após a divulgação de áudios que teriam sido gravados pelo ex-dirigente da Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS), Diego Spagnuolo, demitido pelo governo em 21 de agosto.
Os áudios fazem menções a subornos e citam Karina Milei e Eduardo "Lule" Menem, subsecretário de Gestão Institucional do governo, como beneficiários das supostas propinas na compra de medicamentos.
"Estão roubando, você pode fingir que não sabe, mas não joguem esse problema para mim, tenho todos os WhatsApps de Karina", diz um dos áudios atribuídos a Spagnuolo e divulgados pela imprensa local.
Spagnuolo afirmou que o valor desviado é de até 8% de cada contrato, em torno de US$ 500 mil a US$ 800 mil por mês, e que Karina recebe cerca de 3%.
Em outro trecho, o ex-dirigente afirma que chegou a conversar com o presidente Javier Milei sobre os desvios. "Eles não consertaram nada", completa.
A veracidade das gravações, no entanto, ainda não foi comprovada pela Justiça, que até o momento não ordenou prisões nem apresentou acusações formais no âmbito do sigilo judicial.
Na operação de busca e apreensão, as autoridades apreenderam carros, celulares, uma máquina de contagem de dinheiro e US$ 266 mil (R$ 1,5 milhão, na cotação atual) em espécie.
Após as denúncias, o presidente criticou a imprensa e parlamentares de oposição.
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