Antes que virem brasa: combatentes correm contra avanço das queimadas nas matas de Nova Friburgo; foram 110 focos em 2025
28/08/2025
(Foto: Reprodução) Três incêndios atingem áreas de vegetação em Nova Friburgo no fim de semana
Equipes de combate a incêndios vêm enfrentando o aumento das queimadas em vegetação registrado nos últimos dias em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. De domingo (24) até esta quarta-feira (27), foram onze focos. Ao todo, segundo o Corpo de Bombeiros, foram 110 ocorrências desde o começo de 2025.
Em agosto, os registros aumentam devido à falta de chuva e ao clima seco, mas são as ações humanas o principal fator de risco, segundo as autoridades.
Uma das imagens mostra os guardas-parques Gabriel Ide e João Pedro Freire, da APA Macaé de Cima, já à noite, lutando para evitar que mais árvores fossem transformadas em brasas às margens da RJ-142, que liga Mury a Lumiar.
Tudo aconteceu no domingo (25), depois que o sistema de um caminhão que estava na rodovia entrou em curto-circuito. O capô foi aberto e uma labareda atingiu a vegetação seca. O fogo se alastrou rapidamente.
Equipe da APA Estadual Macaé De Cima combatendo incêndio, já durante à noite, em vegetação na RJ-142 (Mury-Lumiar)
Reprodução Inter TV RJ
Ainda no domingo, um incêndio atingiu uma grande área de mata no bairro Cardinot, levando cerca de dez horas para ser controlado.
Já na segunda-feira (25), pelo menos cinco novos focos surgiram em bairros como Suíço, Chácara do Paraíso, Rui Sanglard, Prado (em Conselheiro Paulino) e no distrito de Riograndina.
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Ainda na manhã desta terça-feira (26), algumas partes das matas continuavam com focos ativos. Já à noite, dois focos foram combatidos: um no bairro São Clemente, por volta das 19h, e outro durante a madrugada, em Olaria.
Fumaça pela cidade
Os moradores se preocupam com a fumaça, que se espalha pela cidade, dificultando a respiração, principalmente de crianças e idosos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, de 1º de janeiro até 25 de agosto deste ano, foram 110 ocorrências. Apesar do número alarmante, houve redução de quase 60% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 272 incidentes. No ano passado inteiro, foram 427 ocorrências.
Os militares destacam que a maior parte dos incêndios é causada por ações humanas, como queimar lixo, descartar bitucas de cigarro em áreas secas ou soltar fogos e balões. A orientação é nunca tentar apagar o fogo sozinho. O mais importante é acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Além de causar danos ao meio ambiente, as queimadas também prejudicam a saúde das pessoas. A médica alergista Natalia Pedrosa explica que o tempo seco e a fumaça aumentam o risco de problemas respiratórios.
Ela recomenda beber bastante água, manter o ambiente umidificado e fazer lavagem nasal como medidas simples para ajudar a aliviar os sintomas.
"Crianças, idosos e quem tem rinite ou asma estão mais vulneráveis. Se surgir tosse, falta de ar ou chiado no peito, é fundamental procurar um médico", explica a médica.
Os institutos de meteorologia preveem que não deve chover nos próximos dias, o que mantém o risco de novos focos de incêndio na região.
Incêndios atingem áreas de vegetação em Nova Friburgo